23 de fev. de 2008

Templo

Eu acredito que nossos corpos devem ser tratados como templos. Devemos respeitar este amontoado de carne e ossos como respeitaríamos os templos de nossa religião. É nisso que acredito. Se fosse religiosa faria oferendas em altares, acenderia velas e diria uma ou duas preces para garantir. Não sou. A não ser que se conte o templo que é meu corpo. Infelizmente a entidade que parece mandar nesse meu santuário parece gostar particularmente de batatinha Ruffles, chocolate e macarrão com alho e azeite e quem sou eu para ir contra o chefão. Cada vez mais vejo pessoas ignorando sua voz interior, parece mais importante usar um numero 36 do que tomar um milkshake para aplacar a ira do chefe do templo. Para cada um existe um limite. Alguns nunca serão um 36 e serão confortáveis 46 atraindo olhares e sorrisos, sendo belos e perfeitamente ajustados mesmo sabendo que poderiam ser um 42 ou mesmo 40. Alguns sonharão com um 40, mas nunca conseguirão passar de um 38, mesmo exagerando em suas oferendas. Cada templo tem um tamanho e forma e quando começamos a demolir paredes e encurtar altares para abrigar somente uma platéia mais seleta, então tudo pode desmoronar. O mesmo pode ocorrer ao se tentar acrescentar mais andares e altares auxiliares para àquelas oferendas que já transbordam do altar principal. Existe um tamanho confortável para cada templo, mas é primeiro preciso acreditar que o que temos é suficiente. Existem pessoas que nunca se conformarão com o que tem, com o que são e tentarão perverter os desejos de seus templos para que se ajustem aos seus sonhos. Mas lembrem-se, só se vive uma vez, só temos uma passagem por esta estrada e, talvez, tarde demais, você descubra que o prazer em pequenas oferendas poderia ter feito de sua vida uma viagem bem mais prazerosa. Se seu templo é um 42 ou um mero 36 ou um 48 cheio de curvas não importa, o que importa é que tenha absoluta consciência de que a parte mais importante de você não tem numero. O que vai te fazer alguém melhor, mais feliz e realizado está dentro de uma caixinha bem guardada no alto de sua cabeça.

2 comentários:

Anônimo disse...

O amor mais belo é o amor-próprio.
Pena, muitos só dar conta de tudo que é importante so percebemos quando perdemos..
Abraços e feliz final de tarde.

Tom disse...

Essa minha tia sabe das coisas... Concordo plenamente!!!

Matenha-me a par da programação lá do seu trabalho, viu!!!

Beijos, super tia maravilhosa! Saudades!