Tenho um novo respeito por piratas, daqueles de tapa olho e papagaio no ombro, mais pelo tapa-olho que pelo papagaio. Três dias limitada à metade de minha visão e me senti completamente perdida. Sem visão periférica à direita, sem perceber perfeitamente a profundidade, me senti muitas vezes melhor com os dois olhos fechados do que somente com meu um são aberto. Fico me perguntando como faziam os piratas com suas pernas de pau para complementar. Livre do tapa-olho me sinto inteira novamente, apesar do olho direito estar um pouco nublado e seja estranho ver a pupila de um olho completamente dilatada enquanto a outra está normal.
Tomamos tudo por certo na vida, andar sobre duas pernas, ter dois braços para nos amparar, dois olhos para nos guiar, ouvidos para nos prevenir e voz para gritar por socorro, ou pedir um chocolate, quando é preciso. Nem preciso dizer que, completos como somos, nunca imaginamos como é não o ser. Às vezes é bom que lembremos, mesmo que por breves períodos, que tudo poderia ser pior, e mesmo assim, manejável. Somos adaptáveis, mesmo que não saibamos disso.
22 de fev. de 2008
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Um comentário:
verdade... somos adaptáveis.
Alguns pecam por insistir em não sê-lo... outros, por sua vez... pecam por se adaptar demais, inclusive ao que não deveria ser aceitável...
Mas quem acha o equilibrio consegue viver confortavelmente.
Adoro seu blog!
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