11 de fev. de 2007

Ethan Porquinho

Ethan Porquinho era um agente secreto. Não muito popular, mas se chegara até ali é porque tinha seus méritos. Agora, pela primeira vez, tinha a chance de provar que seus métodos eram muito mais eficientes do que os tão comumente usados. A agencia seguia há meses um grande gênio do crime que estava pronto a vender para uma potencia inimiga uma arma incrivelmente perigosa, pelo menos achavam que era uma arma. Até hoje, 6 meses, 10 dias e 3 horas depois de saber de sua existência, ninguém sabia exatamente o que “joelho de porco” queria dizer. Poderia ser um vírus potente, quem sabe papeis comprometedores sobre os grandes governantes do mundo, talvez até mesmo um novo tipo de míssil. O fato é que “joelho de porco” seria vendido para um pequeno mas belicoso país do oriente médio e a agencia impediria, nem que fosse uma simples receita de feijoada. Todos os agentes haviam falhado até agora. Faltava-lhes técnica e sutileza para se comunicaram próximos de um alvo tão experiente, afinal, será que não é dar muita bandeira ficar conversando com a manga de sua camisa? Ethan Porquinho havia desenvolvido técnicas próprias, apesar de não apreciadas, para se comunicar e disfarçar as tarefas simples, mas peculiares, de um agente secreto. Sendo sua primeira operação solo, teria que ficar em contato constante com seus superiores, mas isso não o incomodava, ele se sentia confiante. Na manhã seguinte ele estava à postos, no café onde seu alvo costumava fazer fechar seus grandes negócios. Ocupou a mesa ao lado do grande gênio do crime e para desespero de seus superiores chegou até mesmo a lhe dar bom dia. Seu corpo simiesco, braços compridos demais e pernas curtas num corpo robusto, arrancavam riso, mas não suspeita. Com os ouvidos atentos na conversa da mesa ao lado ordenou seu café. Seus olhos vesgos impediam que os criminosos soubessem com certeza para onde olhava, mas logo levantou suspeitas e nesta hora ele entrou em ação. Com um arroto alto chamou o garçom e ordenou mais café e miúdos fritos e sem cerimônia enfiou o dedo no nariz, o que fez todos desviaram os olhos, momento em que ele aproveitou para passar as coordenadas que acabara de ouvir. Ethan Porquinho reportava cada frase que ouvia e os criminosos, em vez de suspeitarem dele, trocavam mais e mais informações, com urgência, talvez culpa de suas táticas. A cada olhar que recebia Ethan Porquinho enfiava o dedo no nariz, girava o dedo no ouvido, palitava os dentes de boca aberta e cheia de comida, soltava gazes com ar de menino feliz, arrotava satisfeito e enquanto isso reportava cada palavra. A operação foi um sucesso. A agencia, graças a Porquinho, pode chegar no ponto de troca antes dos criminosos e todos foram presos e “joelho de porco” foi posto em segurança. Porquinho recebeu muitos cumprimentos ao chegar na agencia, mas o animo geral apagou sua glória. Caras verdes e cestos com restos de café da manhã indicavam à tortura geral que fora esta missão. Porquinho foi reconhecido, claro que sim, não era todo dia que se conseguia tirar um “joelho de porco” das mãos do inimigo, fosse esse treco o que fosse, mas era impossível montar uma equipe para ele. Assim, Ethan Porquinho salvou o mundo, mas foi encostado numa mesa no subsolo da agencia onde ficava à espera de que o mundo precisasse ser salvo novamente. Afinal, quando o mundo está em perigo ninguém se importa se ele é salvo por arrotos, flatulência e meleca de nariz. Mas somente se ele estiver a ponto de explodir.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ora, mas que criaturinha esquisita! Palmeirences de plantão vão adorar saber que um porquinho salva o mundo! Seviço porco salvando o mundo... rsr. Bizarro...

Anônimo disse...

Se der bilhereria vai pintar o Ethan 2 a missão
Ethan 3 a vingança
Ethan 4 o retorno
Ethan 5 o resgate
Ethan 6 batalha final etc...
Vou esperar o Ethan-terrestre (..Go home !)