13 de mai. de 2009

Moon

A lua se pendura tão alto no céu que duvido do sol que já ilumina toda minha cidade. É como um fantasma da lua, quase transparente. Suas crateras, vales e pequenos montes colorem de cinza a superfície prateada e me encantam. Como me encantam. Enquanto os carros voam ao meu redor eu somente tenho olhos para ela, a minha velha e bela companheira, e aguardo que a noite chegue para que seu feitiço mais uma vez tire de minha mente as coisas mundanas e me deixe somente com as quimeras. Da janela do meu quarto, que gosto de ter aberta para seu brilho enquanto me aconchego no escuro, já a vi de todas as maneiras. Gosto de sentar na cama, laptop no colo, bem encostada para melhor vê-la entre as dobras da cortina que dança com a brisa. Ela me seduz como nenhum homem nunca o fez, porque o faz sem palavras ou promessas. Eu sinto como se tivéssemos uma ligação, como se entre mim e ela uma escada se materializasse quando duvido de minha insanidade, pois insana sou e feliz por o ser tendo por madrinha aquela que comanda as marés e domina o sonho dos apaixonados. A lua me pede que reflita, não na vida ou no futuro que virá, mas sim no que me espera a cada vez que subo mais um degrau da escada que me leva a ela. Um degrau a cada vez.
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