13 de abr. de 2007
O começo do fim
Você pode apontar exatamente o começo do fim? Será capaz de dizer em que exato momento o amor fechou seus olhos e entrou em coma profundo e irreversível? Lembro-me de relacionamentos que entraram em declínio sem causa aparente a não ser o fim do começo. Inícios são apaixonados. Não questionamos atitudes, não vemos defeitos, não nos preocupamos se os gostos do outro coincidem com os nossos. Somos mísseis teleguiados de paixão, sempre ardentes e ansiosos por atingir um único alvo. O amor chega rápido, se podemos mesmo chamar de amor, mais pela necessidade de amar do que pelo mérito do relacionamento em questão. Somos todos carentes neste século XXI, queremos sentir e possuir e pertencer, mas esquecemos que mais importante que estar acompanhado é estar em comunhão. Corpos podem se excitar com uma variedade infinita de outros corpos, mas mentes... E é assim que o começo do fim se inicia. Quando corpos já saciados não mais se satisfazem somente com o prazer físico e necessitam de mais. Mentes iniciam sua busca por uma parceria que raramente é encontrada, já que nossos corpos fizeram a escolha sem consultar nosso cérebro. Costumamos dizer que os homens pensam com a “outra” cabeça, mas a verdade é que todos pensamos assim nos começos e acabamos nos decepcionando quando descobrimos que retirada a paixão pouco sobra. E a paixão dura pouco, porque o combustível da paixão é o mistério, o desconhecido, o novo, e nada é novo para sempre. Não é, portanto, mistério o sucesso dos relacionamentos de nossos ancestrais. Eles simplesmente não se uniam por paixão. Os namoros eram longos e honestos e os casamentos eram planejados com cuidado por ambas as partes. E quando o amor se tornava morno ninguém desistia e partia para o próximo da lista, mas sim investia no respeito e amizade que levam um relacionamento através de décadas. Você agora pode me dizer quando foi o começo do fim?
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