27 de jan. de 2008
Depois da Escuridão (Parte 2)
Meu nome é Anya. Nasci em um dos castelos da irmandade no que já foi conhecido como América do Sul. Não sei dizer direito em que antigo pais está situada a irmandade a que pertenço, mas temos neve ao sul, desertos ao norte e podemos ir de um oceano a outro em uma ou duas semanas de cavalgada, dependendo de sua pressa e de quanto seu traseiro está acostumada à uma sela.
Nasci quando o mundo já havia saído da escuridão há muito tempo. Já não havia perigo em colher frutos das arvores ou de se plantar sementes na terra e nem mesmo de se tomar água de um riacho. O que chamam de radiação já se dispersara. Já não se falava mais dos que haviam vivido na escuridão dos túneis e muitos nem conheciam suas historias de como haviam ido parar lá, alguns até mesmo ignoravam a grande guerra e se cruzavam com os destroços que a antiga civilização deixara simplesmente lançavam um olhar de tímida estranheza. Certas pessoas simplesmente passam pela vida sem fazer perguntas e não sei se isso é ignorância ou sabedoria.
Cresci no castelo cercada por guerreiras. Aprendi desde cedo que éramos nós as responsáveis por fazer cumprir a única lei que as mães trouxeram do mundo antigo e de suas religiões variadas: Respeitar o próximo, independente de credo, cor, idade ou sexo. Desde que as mães se rebelaram nunca mais o poder voltou às mãos dos homens, éramos nós, o antigo chamado sexo frágil, que carregávamos espadas e usávamos roupas de guerra. Éramos nós que mantínhamos a lei e não permitíamos que os oportunistas desfrutassem do trabalho alheio. Caçávamos os ladrões e os executávamos sem piedade.
Mas talvez tenha me adiantado demais no longo caminho que percorremos desde que saímos das entranhas da terra.
Não sei quantas gerações nasceram ignorantes do mundo exterior antes que pequenos grupos de aventureiros começassem a procurar seu caminho para sol. Muitos nunca voltaram, mas com o tempo alguns conseguiram retornar com noticias, quase mortos pela radiação ainda presente na terra. Quem sabe realmente anos ou séculos se passaram na escuridão: Quantos morreram explorando a superfície ainda podre? Mas o tempo cura todas feridas, até mesmo aquelas causadas pelo homem à terra. Um dia um grupo voltou completo e sadio. A água já corria pura novamente, os frutos cresciam, os animais reproduziam, sabe de onde saídos, a vida voltou à povoar a superfície. E eles subiram.
Acredito que por todo o globo a historia se repetiu. Era o começo novamente e era preciso decidir de que maneira viver neste novo mundo.
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