29 de nov. de 2007

”Âme Kalulua, mendigo capaz de produzir incomparáveis belezas. O rei, fascinado, resolve dar ao mendigo a chance de morar em seu palácio e ser muito rico. Mas a riqueza de Âme está em si mesmo. Âme é trancafiado em uma cela até que ceda às ordens do rei e crie todas as maravilhas que puder. Diante do infortúnio, o mendigo inventa para si um mundo mágico onde se concentra toda a beleza - que precisa ser efêmera - para que ele viva!”

Você pode ler a descrição acima, mas nunca estará preparado para a mágica do espetáculo apresentado pela Cia Polichinelo de Teatro de Bonecos.

A luz diminui enquanto 3 figuras em roupas negras caminham pelo meio da platéia portando cajados com pontas que iluminam seus rostos fantasmagoricamente. Suas vozes chegam doces aos nossos ouvidos. Eles prometem uma historia. Eles a contam. E nos enfeitiçam.
No palco, em um cenário medieval, se descortina o drama. Meus olhos não mentem e vejo as figuras encapuzadas de preto por trás dos bonecos absurdamente expressivos, mas meu cérebro foi fisgado. O que registro é somente o que eles planejaram. Os bonecos, de bocas imóveis e rodas por pés, me parecem reais e me perco em seus mistérios sem medo.
Na escuridão eles criam sonhos que nunca acreditei serem possíveis. Seguro a respiração a cada vez que a luz se apaga, sabendo que do negro manto algo colorido e espantoso nascerá e voará em direção ao meu coração.
Cedo demais eles retornam com seus cajados para nos dizer que o fim é iminente, mas que nunca é certo. Para mim, que em pé bato palmas até minhas mãos doerem, existem algumas coisas certas. E estou aqui batendo palmas para uma delas.
Tenho a sorte de conhecer os quatro responsáveis por este espetáculo (vantagens de funcionaria do mundo das artes) e finalmente entendo como puderam tornar esse sonho realidade. Certas pessoas simplesmente tem o coração no lugar certo e sempre vão fazer o possível para que outros vejam um pouco alem do mundano.
Como diria Âme, é somente preciso olhar com os olhos da alma. Eu olhei. E você?

Para os interessados a Cia Polichinelo fará novo espetáculo, A Lenda das Lagrimas, no Sábado às 17 horas no Centro da Cultura Judaica (Rua Oscar Freire, 2500-ao lado do metrô Sumaré). O ingresso cabe no bolso de qualquer um, 1 kl de alimento ou 1 livro em bom estado. Reserve seu ingresso.

5° Ciclo Multicultural do Centro da Cultura Judaica

3 comentários:

Tom disse...

Despertou minha curiosidade! Vou ver se consigo mixar esse evento à comemoração do meu aniversário que será sábado à noite.
Abraçoes lindona!!!
Saudades

Anônimo disse...

Quisera eu estar por aí para apreciar esse espetáculo. Se eles planejarem se apresentar no Rio de Janeiro, me avise!!

Anônimo disse...

O essencial é invisível aos olhos já dizia Saint Exupérry, em O Pequeno Príncipe, pois somente enxergamos com o coração!
Amiga, desculpe por não visitá-la mais, mas com tantos problemas sendo vencidos, não tive tempo de olhar nem pra mim, nem para o lado!
Fica o registro desse moemnte de volta triunfante então! E eu sou a raposa do Pequeno Príncipe, saiba sempre disso!
E Sampa, Sampa, sempre com o melhor da cultura!
Beijos amiga, amo você!