26 de jan. de 2007
Era uma vez... a assassina
A primeira vez foi como todas primeiras vezes. O choque seguido do medo seguido rapidamente pela excitação. A adrenalina parecia bombear sangue para lugares inexplorados de seu corpo e ela se sentiu mais viva do que nunca. A primeira vez não foi planejada. Nunca nem lhe passara pela cabeça ser capaz de tal ato, mas como todo animal ela fez o que era preciso para preservar a própria vida. Ela matara. Um ato que qualquer júri perdoaria. Autodefesa. Uma vitima nas mãos de um estuprador violento. Mas nunca ninguém soubera que o corpo sem vida do tão procurado assassino perdera sua vida com sua própria arma nas mãos de sua vitima. Ela escondera seu rastro, apagara qualquer vestígio e tentara voltar para sua vida. Foi impossível. A mesma energia poderosa que a tomara naquela noite fatídica, insistia em voltar quando se sentia minimamente ameaçada. Não demorou para que seu sangue bombeasse com tanta força por seu corpo que tornava impossível ouvir qualquer voz razoável que gritasse em seu cérebro. Ela matou de novo. E de novo. E novamente. Já não sentia o choque ou o medo, mas também não sabia mais a diferença entre o perigo real e o imaginário. Sua mente queria que houvesse motivo para mais uma morte, portanto ela via em cada sombra uma emboscada, em cada figura masculina um estuprador, em cada contorno feminino uma inimiga. Logo nada sobrou de quem ela fora um dia. Logo sua vida passada parecia como uma estória de fadas. Era uma vez uma mulher que não sabia matar. Era uma vez...
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