29 de mai. de 2008

Bondade

A bondade não tem cheiro, idade ou beleza, mas pode ser vista no brilho de uma lagrima, em um sorriso complacente, no olhar doce, nas mãos amigas. A bondade não tem cor, nem religião e muito menos língua. A bondade mora dentro do peito onde todos somos iguais, feitos de carne, banha, músculos, veias e órgãos. A mão que se estende pode nem sempre estar limpa, mas se está estendida a tome, pois quem a estende merece ao menos essa delicadeza. A bondade não tem carteira, ela independe de status e carreira, é algo muito precioso para poder ser guardado em cofres e muito simples para adornar pescoços em correntes de ouro. A bondade é artigo raro, cada vez mais difícil de se encontrar, mas mesmo exposta não é reconhecida por corações endurecidos pela fúria do século 21. Não sei se o que está pequena é a mente dos humanos ou se somente seu espírito que se desintegra a cada dia, mas o fato é que julgamos o próximo por padrões que não queremos nos ver impostos e nos fazemos de cegos quando o pacote não é tão belo quanto o recheio. A bondade existe, meus amigos, mas é ignorada, pois os que ainda se incomodam em demonstrá-la somente a podem ofertar em pequenas doses. Quer a minha mão? Ou meu ombro amigo? É só o que tenho para dar, mas é mais do que muitos podem lhe oferecer.

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