18 de jun. de 2007

Itch


"Fill what's empty, empty what's full, and scratch where it itches." The Duchess of Windsor

É como um comichão em um lugar impossível de coçar. Dentro de meu cérebro. Eu tento ignorar, o corpo cansado ajuda, mas é como em uma musica clássica, que vem nunca crescendo infinito nunca permitindo que os pratos soem e os tambores rufem para o final magnífico. É um crescendo angustiante. É a inatividade forçada. Parar de escrever foi uma das coisas mais difíceis que já fiz. Mais difícil do que desistir de amar. Ainda mais difícil do que recomeçar a viver. Espantar as mil idéias como moscas incomodas foi torturante. Ignorar a maquina maníaca no canto do quarto com sua tela negra zombando de minha escolha foi ainda pior. Resolvo testar a propriedade da minha resolução e digo na frente de minha família que parei de escrever. Esperava por uma quadra de ases “Não faça isso. Continue.” Mas acabei com um par de setes em uma mesa de jogos altos. Só silencio. É triste como se demora a perceber que uma hora se deve fazer o que gosta sem esperar pela aprovação dos que amamos, nem sempre eles se importam. Nem sempre é importante para eles o que é importante para nós. Demorou para que os emails e comentários dos amigos atingisse o nervo. Eles diziam “Coce! Você é boa nisso. A gente ajuda. Uma coçadinha aqui, uma ali... Não se sente melhor agora?” Sinto-me muito melhor. Obrigada.

Até amanhã.

Um comentário:

Tom disse...

AEEE!!! Adorável retorno! Adorável coceira! Posts, quero posts! MUITOS! Não se pode abrir mão do que nos dá prazer sem nos prejudicar, minha contista favorita! Estou feliz! Abração e até mais!